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Modernização Agrícola

O “Programa de Modernização Agrícola”, inicialmente implementado na Empresa em 1993, utilizou, em cacau, uma tecnologia pioneira no Brasil: a enxertia de plantas. Este processo compreende várias etapas, explicadas a seguir, e garante os altos padrões de produtividade e qualidade característicos de nosso produto, reconhecido internacionalmente pela certificação Rainforest Alliance.

Seleção e reprodução de variedades

A seleção de variedades é feita em parceria com as empresas M. Libânio, Fazendas Baiardi e CEPLAC (Órgão federal responsável por desenvolver a cacauicultura) visando desenvolver materiais que tenham como características: alta produtividade, tolerância a doenças, em especial a vassoura de bruxa, e qualidade industrial – rendimento, cheiro e sabor diferenciado que possam produzir um chocolate fino, com características únicas e vinculando à origem. Essa seleção é iniciada na sede da CEPLAC, que fornece os materiais melhorados em seu laboratório a todas as fazendas participantes. Elas os implantam e acompanham seu comportamento e desempenho em pequenas áreas experimentais. As variedades aprovadas são reproduzidas por meio da inserção de copa, broto e tronco, utilizando-se as técnicas da enxertia, garfagem ou borbulha. Os resultados desses processos podem acarretar a produção em escala comercial na propriedade.

Plantio

As plantações antigas, áreas implantadas antes de 2003, foram tecnicamente formadas, num espaçamento de plantio de 3 m X 3 m, o que permite uma densidade de 1.111 plantas por hectare. O material utilizado consistiu na mistura de cacaueiros híbridos implantados com mudas seminais, materiais estes distribuídos pela CEPLAC. Entre os anos de 1998 e 2001, as copas das árvores de cacau foram substituídas por variedades, identificadas na própria fazenda por meio de seleção massal, tendo como característica principal a produtividade.

As plantações mais novas, a partir de 2003, foram implantadas em Sistema Agroflorestal (SAF), que consiste no plantio do cacau em consórcio com a banana e a seringueira. O espaçamento adotado foi o de 17 m X 3 m X 2,5 m em fileiras duplas para a seringueira e de 3 m X 3 m para o cacau e a bananeira. Esse espaçamento permite uma densidade de aproximadamente 400 árvores de seringueira, 880 árvores de cacau e 880 árvores de bananeira. Todas as plantas são analisadas e selecionadas para que sejam escolhidas as mais resistentes às doenças, o que gera alta produtividade e rendimento industrial. Esse sistema de consórcio proporciona um resultado maior para o Negócio, já que permite a produção de três culturas na mesma área geográfica.

Manutenção das culturas

A manutenção das áreas consiste basicamente em se fazer a roçagem manual quatro vezes por ano e/ou química – duas vezes por ano; o controle de pragas e doenças, realizado sempre que necessário, apenas nos focos, e acompanhando o NDE – nível de dano econômico, para evitar o uso desnecessário dos agrotóxicos; a adubação química aplicando NPK mais micronutrientes, recomendados após realização de análise de solo e folha das plantas; a poda de formação e ajuste do índice de área foliar, uma vez ao ano; a vistoria e remoção de materiais infectados com alguma enfermidade, todos os meses do ano e a colheita, que obedece à necessidade de cada cultura. Todas essas práticas são ajustadas ao calendário agrícola tanto do cacau quanto da borracha e da banana.

Beneficiamento do cacau

Essa atividade inicia-se na gleba com a colheita dos frutos, que são colhidos no ponto ideal de maturação (cor amarelo ouro), para evitar problemas no processo de fermentação e possíveis perdas na qualidade e no peso do produto. Após a colheita, os frutos são embandeirados, agrupados em pequenos montes com aproximadamente 1 @ de cacau (300 a 350 frutos) e separados, levando-se em consideração a sanidade, quando são classificados em três tipos: Cacau tipo I, que comporta somente frutos sadios; Cacau tipo II, aqueles sadios, porém danificados fisicamente (frutos feridos por pássaros ou roedores, frutos chupados pelo homem etc.), já em início de fermentação e Cacau tipo III, o que compreende frutos danificados por doenças, em especial a vassoura de bruxa e a podridão parda.

Após a colheita, as sementes selecionadas são transportadas para o local onde ocorrerá a fermentação por caminhões de pequeno porte e/ou tratores, sempre no mesmo dia da quebra, com o maior cuidado possível, para não haver perdas e/ou contaminação das amêndoas.

A etapa seguinte é a da fermentação, quando as amêndoas são acondicionadas em caixas de madeira medindo 1,20 m X 1 m X 0,90 m, onde permanecerão 5 a 7 dias, para que a fermentação se processe por completo, proporcionando um cacau com qualidade superior. Nas primeiras 48 horas, a massa fica totalmente em descanso e, a partir deste período, são revolvidas a cada 24 horas ou quando atingem a temperatura ideal.

Após as amêndoas completarem a fermentação adequada, inicia-se a etapa da secagem, quando elas são acondicionadas em secadores do tipo Plataforma CEPEC, com ventilação forçada, e permanecem por aproximadamente 50 horas em temperatura inferior a 50 graus até alcançarem uma umidade variando entre 7 e 8%. Em seguida, as amêndoas são transferidas para uma área de resfriamento onde permanecerão durante 4 a 6 horas. Ao fim desse processo, as amêndoas passam por uma seleção em peneira, quando se retiram aquelas que estão fora das especificações e/ou danificadas, assim como o excesso de pó originado no processo de secagem. Em seguida, são embaladas em sacos de aniagem com 60 kg e acondicionadas em depósito próprio para armazenamento deste tipo de produto, possuindo piso e paredes revestidos com madeira, ambiente arejado e livre de contaminação, etc.